Responsabilidade Tributária dos Sucessores no CTN: Entenda Tudo!
A responsabilidade tributária dos sucessores é um dos temas mais cobrados em concursos de Direito Tributário, sendo regulamentada pelo Código Tributário Nacional (CTN), em seus artigos 131 e 133. Compreender o alcance dessa responsabilidade é crucial para quem deseja uma preparação sólida e eficaz. Neste artigo, vamos explicar os principais pontos sobre a responsabilidade tributária dos sucessores, trazendo exemplos práticos e destacando as principais diferenças conceituais exigidas pelas bancas examinadoras.
1. Conceito de Responsabilidade dos Sucessores
Entende-se como responsabilidade tributária dos sucessores aquela em que, por força de lei ou transmissão de bens, pessoas físicas ou jurídicas passam a ser responsáveis pelos créditos tributários de terceiros. A hipótese clássica é a transmissão de patrimônio – tanto de pessoas físicas quanto de pessoas jurídicas – em virtude de falecimento, fusão, incorporação, cisão ou extinção de empresas.
2. Responsabilidade dos Sucessores de Pessoas Físicas
No caso de falecimento do contribuinte, a sucessão ocorre de acordo com o artigo 131, inciso I, do CTN. Os herdeiros ou legatários assumem a responsabilidade tributária até o limite das forças da herança, ou seja, o patrimônio transmitido. Não respondem com seus bens particulares, salvo se houver disposição legal especial.
Exemplo prático: Se João faleceu deixando uma dívida de IPTU e bens no valor de R$ 100 mil, os herdeiros só responderão até esse montante, não podendo ter seus próprios patrimônios atingidos pela dívida do de cujus.
3. Responsabilidade por Sucessão de Empresas
No âmbito empresarial, a responsabilidade dos sucessores é prevista no artigo 133 do CTN. Quando ocorre fusão, incorporação ou cisão de empresas, a pessoa jurídica que sucede assume integralmente os créditos tributários da sucedida, inclusive os vencidos e ainda não lançados, relativos ao período em que esta última exercia suas atividades.
- Fusão e Incorporação: A sucessora responde por todos os tributos devidos pela sucedida.
- Cisão: A responsabilidade se limita à parcela do patrimônio transferida à nova empresa.
Uma particularidade importante está na compra e venda do estabelecimento comercial: se a empresa alienante encerra suas atividades, o adquirente também responde integralmente pelos tributos devidos até a data da aquisição. Se a alienante continua em funcionamento, a responsabilidade do adquirente é subsidiária, alcançando apenas o valor dos bens adquiridos.
4. Responsabilidade nas Transformações Societárias
O CTN prevê que, na transformação, fusão, incorporação ou cisão, independentemente de cláusula em contrário nos contratos, a responsabilidade tributária dos sucessores é imposta por lei. Ainda que as partes tentem ajustar cláusulas limitativas, estas não têm efeito perante o Fisco.
5. Exceções e Limitações à Responsabilidade dos Sucessores
Em situações envolvendo herança, a responsabilidade não atinge os bens particulares dos herdeiros, como dito, limitando-se à herança. Já nas hipóteses societárias, existem discussões doutrinárias e jurisprudenciais sobre a responsabilidade quando há fraude, simulação ou abuso de personalidade jurídica. Nesses casos, pode-se desconsiderar a personalidade jurídica e atingir o patrimônio dos sócios.
Além disso, a legislação pode prever casos de isenção de responsabilidade para o adquirente, especialmente quando este comprovar que agiu de boa-fé ou que o crédito tributário não era exigível à época da aquisição.
6. Jurisprudência sobre o Tema
Os tribunais superiores têm reforçado o entendimento de que o sucessor só pode ser responsabilizado nos limites da lei, especialmente quanto à restrição patrimonial no caso dos herdeiros. Por outro lado, tem sido rígida a jurisprudência na responsabilização dos sucessores empresariais, para garantir a efetividade da arrecadação tributária e evitar fraudes.
7. Resumo dos Pontos-Chave para Concursos
- Responsabilidade limitada para herdeiros e legatários (até o valor da herança).
- Responsabilidade integral ou proporcional para sucessores empresariais (dependendo de fusão, incorporação, ou cisão).
- Nas alienações de estabelecimento, a responsabilidade do adquirente será solidária se a alienante encerrar as atividades e subsidiária se ela continuar em operação.
- O Fisco não está vinculado a eventuais cláusulas contratuais que limitem a responsabilidade do sucessor.
Esse artigo foi feito com base na aula 8, página 107 do nosso curso de Direito Tributário.



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