Sujeição Passiva Tributária: Diferenças entre Contribuinte e Responsável
Estudar Direito Tributário é essencial para quem prepara para concursos públicos, especialmente porque a matéria está sempre presente e costuma gerar dúvidas conceituais. Um dos assuntos mais cobrados – e frequentemente confundido – é a chamada sujeição passiva tributária: afinal, qual a diferença entre o contribuinte e o responsável? Vamos esclarecer esse tema fundamental de maneira didática e focada para ajudar você em seus estudos.
1. Conceito de Sujeição Passiva Tributária
A sujeição passiva tributária diz respeito à identificação da pessoa obrigada ao cumprimento da obrigação tributária, ou seja, quem é o devedor perante o fisco. Este conceito é disciplinado principalmente pelo art. 121 do Código Tributário Nacional (CTN), que traz duas figuras distintas: o contribuinte e o responsável.
Art. 121 do CTN: Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. O sujeito passivo pode ser:
I – contribuinte;
II – responsável.
2. Contribuinte Tributário
O contribuinte é definido como sendo aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitui o fato gerador do tributo. Em outras palavras, é a pessoa que, em razão de ato, fato, situação ou atividade pessoal, pratica diretamente o fato gerador.
- Exemplo: A pessoa que recebe salário está sujeita ao IRPF porque ela pratica o fato gerador (receber renda).
- Outro exemplo: O proprietário de um imóvel urbano paga IPTU porque detém a posse do bem tributado.
Portanto, o contribuinte é “personagem central” no nascimento da obrigação tributária, pois sua atuação ou situação é o motivo da incidência do tributo.
3. Responsável Tributário
Diferentemente do contribuinte, o responsável tributário é aquele que, mesmo não praticando o fato gerador de forma direta, a legislação transfere a ele o dever de pagar o tributo, normalmente por facilidade de fiscalização, conveniência administrativa ou interesse da lei.
Art. 128 do CTN: Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
Ou seja, o responsável tem uma obrigação de caráter legal e não nasce da prática direta do fato tributado, mas da imposição legal. Ele muitas vezes atua “em nome do contribuinte” ou substitui o contribuinte perante o Fisco.
- Exemplo clássico: O empregador é responsável pelo recolhimento do IR retido na fonte dos salários pagos aos empregados.
- Outro exemplo: A empresa construtora é responsável por reter e recolher ISS sobre serviços prestados por subempreiteiros.
4. Principais Diferenças entre Contribuinte e Responsável
- Fato Gerador: O contribuinte pratica o fato gerador; o responsável não, mas assume a obrigação por imposição legal.
- Origem da Obrigação: Para o contribuinte, a obrigação nasce de sua relação direta com o fato jurídico tributado. Para o responsável, a obrigação surge de determinação expressa em lei.
- Transferência de Dever: O responsável pode ser chamado de “terceiro obrigado”, pois a obrigação é transferida a ele pela legislação, geralmente para garantir melhor controle ou segurança do crédito tributário.
- Fundamentação Legal: A existência do responsável sempre depende de previsão específica em lei, enquanto a do contribuinte decorre da definição do próprio fato gerador.
5. Exemplo Prático Ilustrativo
Imaginemos a compra de um imóvel: o contribuinte do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) é quem adquire o bem; contudo, a legislação pode atribuir, em determinadas situações, ao tabelião a responsabilidade pelo pagamento e até a obrigação de não lavrar escritura pública sem a apresentação da comprovação do recolhimento do tributo.
6. Por que isso é importante para o concurseiro?
Diversas bancas cobram a diferença entre contribuinte e responsável, inclusive por meio de perguntas teóricas, situações práticas ou pegadinhas. Fique atento, pois o segredo está sempre na relação direta (ou não) com o fato gerador e na previsão legal para o responsável. O conhecimento correto desse tema evita erros bobos e garante pontos preciosos na sua prova.
Esse artigo foi feito com base na aula 10, página 23 do nosso curso de Direito Tributário.



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