Exclusão do ICMS da Base de Cálculo do PIS/COFINS: Análise à Luz do STF

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Exclusão do ICMS da Base de Cálculo do PIS/COFINS: Análise à Luz do STF

A discussão sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS tornou-se um dos temas tributários mais relevantes do século XXI. O julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), conhecido como “tese do século”, impactou milhares de empresas e o próprio equilíbrio das receitas públicas. Neste artigo, você vai entender o histórico, o racional jurídico e as principais consequências dessa decisão, com base na Aula 7 do nosso curso de Direito Tributário.

1. Entenda o PIS/COFINS e o ICMS

PIS (Programa de Integração Social) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) são contribuições federais incidentes sobre a receita bruta das empresas. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um imposto estadual cobrado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de alguns serviços.

Por muitos anos, a Receita Federal exigiu que o ICMS compusesse a base de cálculo do PIS/COFINS, ou seja, que o valor do ICMS destacado nas notas fiscais fosse incluído no cálculo dessas contribuições. Isso aumentava a carga tributária das empresas, pois se pagava PIS/COFINS “sobre” o ICMS, que é receita do Estado, não do contribuinte.

2. O Julgamento no STF

O tema chegou ao STF por meio do Recurso Extraordinário 574.706/PR. Em março de 2017, o Plenário do STF decidiu, por maioria, que o ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da COFINS. O fundamento central foi o conceito constitucional de receita: apenas as quantias que integram o patrimônio da empresa na condição de riqueza própria podem compor essa base. O ICMS, por sua natureza, é apenas um valor transitório, repassado pelo contribuinte ao Estado.

No julgamento dos embargos de declaração em 2021, o STF esclareceu dois pontos fundamentais:

  • ICMS a ser excluído: Deve ser o destacado na nota fiscal, não o efetivamente recolhido.
  • Modulação dos efeitos: A decisão tem eficácia ex nunc (prospectiva) a partir de 15/03/2017, ressalvando as ações e processos administrativos protocolados até essa data, que podem reconhecer o direito à restituição retroativa.

3. Impactos Práticos

A decisão representa um alívio significativo para as empresas, que têm direito à restituição ou compensação dos valores pagos indevidamente, respeitando-se os limites da modulação. Contudo, afeta as contas públicas, considerando o volume de recursos que deixaram de ser arrecadados.

É importante que cada empresa faça o cálculo detalhado dos créditos a serem aproveitados, pois a Receita Federal já estabeleceu procedimentos específicos para evitar abusos e garantir que apenas os valores de ICMS destacados sejam excluídos da base das contribuições.

4. Questões Ainda em Debate

Apesar de o STF ter pacificado o entendimento quanto ao PIS/COFINS, ainda há debates quanto à:

  • Exclusão do ISS da base do PIS/COFINS – tema pendente de decisão final.
  • Possibilidade de a União criar restrições ou condições na utilização dos créditos decorrentes da decisão.
  • Aplicação do entendimento a regimes específicos, como o Simples Nacional.

5. Como se preparar para concursos

Em concursos públicos para carreiras fiscais, jurídicas e de tribunais, esse tema é recorrente. O candidato deve saber:

  • O conceito de receita e faturamento segundo a Constituição Federal e o STF.
  • A posição do STF: ICMS não compõe a base de cálculo do PIS/COFINS.
  • O alcance da decisão e sua modulação de efeitos.

Revisar as decisões do STF, compreender a diferença entre ICMS destacado e recolhido, bem como saber identificar impactos práticos para o contribuinte e para o Fisco, é fundamental.

Dica do Professor: Aproveite para revisar o conceito de receitas “próprias” da empresa e diferenciar tributos que ostentam natureza de receita de terceiros. Dominando estes conceitos, você acerta não só as questões deste tema, mas amplia seu raciocínio para outros julgados do STF em matéria tributária.

Continue acompanhando nossos artigos e vídeos para se atualizar. Entender a jurisprudência do STF faz toda a diferença para conquistar sua vaga!

Esse artigo foi feito com base na aula 7, página 18 do nosso curso de Direito Tributário.



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