Lançamento Tributário: Espécies, Procedimentos e Efeitos Jurídicos
O lançamento tributário é uma das etapas centrais do Direito Tributário, sendo o mecanismo por meio do qual a Administração Pública constitui o crédito tributário e define todos os elementos necessários à cobrança do tributo. Dominar esse tema é essencial para quem busca aprovação em concursos públicos e compreensão profunda da matéria tributária.
O que é Lançamento Tributário?
Lançamento tributário é o procedimento administrativo formal que verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, identifica o sujeito passivo e calcula o montante devido, tornando o crédito tributário exigível pelo Fisco. Conforme o artigo 142 do CTN, o lançamento é “o procedimento administrativo destinado a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível”.
Espécies de Lançamento Tributário
O lançamento tributário assume três espécies, conforme previsto no artigo 144 e seguintes do CTN:
- Lançamento de Ofício (Direto ou de Ofício): Realizado unilateralmente pela autoridade fiscal, sem participação do contribuinte. Usado principalmente em situações em que informações necessárias estão sob controle da Administração, como no IPTU, IPVA e multas de trânsito.
- Lançamento por Declaração: O contribuinte fornece informações ao Fisco por meio de declarações formais (como DIRPF ou GIA), cabendo à Administração homologar as informações, podendo posteriormente revisá-las se encontrar inconsistências ou omissões.
- Lançamento por Homologação: O contribuinte apura, recolhe e declara o tributo sem a intervenção prévia do Fisco. Este tem o prazo de até cinco anos para homologar expressa ou tacitamente os valores declarados. Muito comum em tributos como ICMS, IPI e contribuições previdenciárias.
Procedimentos do Lançamento
O procedimento do lançamento tributário obedece a etapas formais definidas pelo CTN, garantindo segurança e transparência. O lançamento envolve:
- Verificação do fato gerador: Confirmação da realização do evento que gera a obrigação tributária (ex: aquisição de propriedade, circulação de mercadoria, prestação de serviço).
- Identificação do sujeito passivo: Determinação de quem é o responsável pelo pagamento do tributo.
- Apuração do crédito tributário: Cálculo do valor devido, incluindo tributo, juros, multas e atualização monetária, se couber.
- Formalização por meio de notificação: O contribuinte é comunicado oficialmente sobre a constituição do crédito tributário (notificação de lançamento ou auto de infração, dependendo do caso).
O procedimento é revestido de formalidades para garantir o devido processo legal. Nos casos onde o contribuinte discorda, é assegurado o direito de impugnação e defesa administrativa, antes da inscrição em dívida ativa.
Efeitos Jurídicos do Lançamento
O lançamento, quando regularmente realizado, produz efeitos jurídicos essenciais, como:
- Constituição do crédito tributário: O lançamento é imprescindível para que o crédito seja exigível pelo Fisco.
- Exigibilidade do tributo: O lançamento, salvo nos casos de atribuição de efeito suspensivo pela defesa administrativa, torna o valor devido obrigatoriamente pagável pelo sujeito passivo.
- Possibilidade de inscrição em dívida ativa: Caso o lançamento não seja contestado ou haja decisão definitiva desfavorável ao contribuinte, o crédito tributário é encaminhado para inscrição em dívida ativa e futura execução fiscal.
- Contagem dos prazos decadencial e prescricional: O lançamento é o marco para início do prazo prescricional para cobrança judicial do crédito tributário.
Relevância para o Estudo dos Concursos
Compreender profundamente as espécies, o procedimento e os efeitos jurídicos do lançamento tributário é fundamental para acertos em provas de Direito Tributário e para não cair em pegadinhas que envolvem conceitos como decadência, prescrição, sujeição passiva e tipos de lançamento.
Além disso, o tema costuma aparecer em questões práticas, estudos de caso e até mesmo em perguntas abertas de segunda fase.
No mais, lembre-se: somente com estudo sistemático e revisões constantes você conquistará domínio sobre temas como este, que são considerados “carros-chefe” da disciplina.
Esse artigo foi feito com base na aula 5, página 1 do nosso curso de Direito Tributário.



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