Princípios Constitucionais da Legalidade Tributária: A Base da Segurança Jurídica no Direito Tributário
O estudo do Direito Tributário exige atenção especial aos princípios constitucionais, pois eles fundamentam e limitam o poder de tributar do Estado. Entre tais princípios, a Legalidade Tributária se destaca como um verdadeiro pilar protetor do cidadão contra abusos e mudanças arbitrárias na cobrança de tributos. Neste artigo, você vai entender a essência desse princípio, sua funcionalidade, manifestações e por que ele é constantemente cobrado em concursos públicos.
O Que é o Princípio da Legalidade Tributária?
O princípio da legalidade, previsto no art. 150, inciso I, da Constituição Federal, define: “sem previsão legal, não pode haver exigência de tributo”. Ou seja, nenhuma cobrança tributária pode ser criada, aumentada ou modificada sem a edição de uma lei formal, aprovada pelo Legislativo. Esse princípio garante não apenas segurança jurídica, mas previsibilidade e transparência nas relações entre o Fisco e o contribuinte.
Finalidades e Importância do Princípio
A legalidade visa proteger o contribuinte de eventuais abusos do Executivo e dar ao cidadão a possibilidade de participar, por meio de seus representantes eleitos, de decisões relativas à criação ou alteração de tributos. Logo, preserva-se o regime democrático e o “devido processo legislativo”. Ademais, propicia maior controle sobre a atuação estatal, exigindo que toda inovação tributária apenas se valide após tramitação e aprovação no Legislativo.
Desdobramentos do Princípio da Legalidade Tributária
No contexto da legalidade tributária, não basta haver uma “lei” genérica. Para criar, aumentar, diminuir ou extinguir tributos é imprescindível que seja realizada por meio de Lei em sentido formal — aprovada pelo Poder Legislativo e sancionada pelo Executivo. Isso impede que simples decretos, portarias ou resoluções inovem em matéria tributária.
- Criação e Majoração: Apenas por lei é possível instituir novos tributos ou aumentar os existentes.
- Redução e Extinção: Também depende de lei, mas há exceção para revogação de benefícios fiscais, de acordo com a jurisprudência e previsão constitucional.
- Proibição de uso de medidas provisórias para certas matérias tributárias: O art. 62, §1º, da CF veda medidas provisórias para instituir ou aumentar impostos sobre patrimônio e renda, protegendo o contribuinte de surpresas e instabilidade jurídica.
Exceções à Legalidade
A própria Constituição, ciente da necessidade de ajustes tributários em situações específicas, permite algumas exceções:
- Impostos com alíquotas por ato do Executivo: II, IE, IPI, IOF e CIDE-Combustíveis, conforme art. 153, §1º, CF.
- Fixação da base de cálculo do IPTU e IPVA pelos municípios e estados, respectivamente, para adequar cobrança à realidade local, nos limites da lei.
- Redução e restabelecimento de alíquotas de contribuições de intervenção no domínio econômico e contribuições de importação e exportação, também via ato do Executivo.
Portanto, conheça as exceções e suas limitações: em regra, a legalidade exige lei, mas a própria Constituição abre válvulas de escape em matérias muito dinâmicas, sob controle legislativo prévio.
Legalidade Tributária nas Provas de Concursos
Em concursos, frequentemente as questões abordam: “Pode o Executivo criar tributo por decreto?” ou “Quando se admite a majoração por ato infralegal?”. Nessas situações, lembre-se: para o tributo nascer, modificar-se ou extinguir-se, a via ordinária é a leitura da lei em sentido formal. Apenas se for caso dos impostos com exceção constitucional expressa, prevê-se a alteração por ato administrativo, desde que respeitados os limites dados pelo Legislativo em lei anterior.
Conclusão
O princípio da legalidade tributária é a maior garantia do contribuinte na relação com o Estado, ao impedir, via de regra, a cobrança de tributos sem que haja prévia lei autorizadora. Essa proteção, no cenário brasileiro, reflete o respeito ao princípio democrático e fortalece a justiça fiscal.
Compreender e dominar seus desdobramentos, fundamentos e exceções é fundamental para quem se prepara para provas de concursos públicos, além de habilitar o futuro profissional à defesa aprofundada do interesse do contribuinte diante do aparato estatal.
Esse artigo foi feito com base na aula 5, página 2 do nosso curso de Direito Tributário.




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